O Livro | Prefácio

"Cada coisa tem seu tempo e suas próprias estações."

Estações é um livro carregado de poesia, em que meu amigo Luciano Rocha transforma seu filho Pedro no protagonista de uma jornada de conhecimento do mundo e, sobretudo, de autoconhecimento.

Em meio à Primavera, Pedro é arremessado para fora do quente e acolhedor útero materno para a "maior de todas as solidões: o encontro do homem com ele mesmo".

Além da sensibilidade do autor, o texto é atravessado por reflexões sobre o que nos torna humanos, revelando a intimidade de Luciano com a Filosofia, a base da sua formação.

A dialética está presente em cada percurso, em cada movimento, em cada lugar, em cada pergunta feita por Pedro e a Pedro. O macrouniverso se faz presente em cada partícula do microuniverso.

Ao longo do Verão, do Outono e do Inverno; a cada estrada, rio, montanha, floresta, céu e mar, Pedro encontra outros seres que lhe mostram novas portas, lhe fazem novas perguntas e lhe apresentam novos desafios.

Junto com o descortinar do peso do tempo, Pedro descobre a palavra. E junto com ela o poder para expressar sentimentos, para construir respostas, mas também para elaborar novas perguntas que o impulsionarão ao infinito de uma espiral.

Percorrer a jornada do menino Pedro nos conecta e nos impulsiona à procura de nossas próprias jornadas.

Florianópolis-SC, inverno de 2021.

Cyntia de Oliveira e Silva

Trechos dos

Capítulos

Nascimento

Era primavera em sua vida quando o fantástico lhe arrebatou para fora, para uma vida onde jamais Pedro voltaria a ser quem era. Durante meses de instantes tudo se formara com uma espantosa lucidez. Todas as suas formas surgiram em dejavus preescritos. Era tudo tão inédito para Pedro… para natureza, tudo tão antigo e comum. Naqueles momentos o espanto se anunciava em realidade e pela primeira vez a nostalgia se apresentava a Pedro como uma eterna gratidão, fazendo que, a cada instante que se transformava, era uma sequência de fatos marcados, porém, jamais deixava Pedro esquecer sua essência.

Ilustrações: Ellen Maciel

Confira aqui o capítulo Primavera do Livro

Descoberta

O Sol, crepitava ainda ao final da tarde, quando sentou-se à beira de um precipício para decidir o próximo passo. Olhando para o horizonte que escondia-se além, viu todo céu claro partir e chegar imponente a escuridão. E foi assim, sem luz de guia que decidiu caminhar para o desconhecido. Desejou escolher seus próprios Deuses e caminhar no vale de sua própria descoberta, impondo a existência da escuridão a evidência da claridade.

“Quero experimentar o que há no mundo de mais cru ... sem deuses ou fantasmas... quero sentir toda profusão de sentidos que mereço, vivendo nesse mundo. Sem paranóias ou vícios, a não ser o próprio vicio da existência.”

Ilustrações: Ellen Maciel

Maturação

A experimentação sem a necessidade de palavras já não cabia no mundo. o tempo deu urgência a significação. Toda pedra haveria de ser pedra e muitas vezes contestada. O movimento de Pedro já não poderia ser em direção a nada. Ele agora deveria indicar ao tempo, todo e qualquer propósito.

Assim decidiu não seguir a direção do longo rio que apareceu em seu caminho, mas, sim atravessá-lo. Pouco ou nada sabia Pedro que o mais importante já havia conquistado… o direito sobre o tempo via suas vontades.

Ilustrações: Ellen Maciel

Entendimento

Entrou pela porta dos fundos que estava apenas encostada. O som do abandono veio em forma rangida da porta quando se abriu. No cômodo vago havia sobrado um filtro velho de barro que estava vazio. Lá fora o mar estava calmo, mas a proximidade permitia ouvir bem baixo as ondas despencando na areia. Pela janela viu a copa grande de uma árvore que ameaçava invadir a casa. Lembrou-se de quando cavou a cova e enterrou a semente. Sobre um dos galhos havia um ninho recém feito com três pequenos ovos dentro. O tempo das ondas do mar, os ovos, a árvore formada, o velho brinquedo e o filtro seco eram o universo que sussurrava a existência das estações. Naquele momento ouviu que cada coisa tem seu tempo e suas próprias estações. Lembrou-se de quando e como veio para o mundo. Tirou as poucas roupas do corpo e correu sorrindo pela praia em uma sensação de liberdade indescritível.

Ilustrações: Ellen Maciel

Est eveniet ipsam sindera pad rone matrelat sando reda

Omnis blanditiis saepe eos autem qui sunt debitis porro quia.

Exercitationem nostrum omnis. Ut reiciendis repudiandae minus. Omnis recusandae ut non quam ut quod eius qui. Ipsum quia odit vero atque qui quibusdam amet. Occaecati sed est sint aut vitae molestiae voluptate vel

Quem Já Leu

Hj finalizei meu exemplar de Estações, livro escrito por @luciano_rp7 com ilustraçoes maravilhosas de @violetica.ink e impresso pela @editoradialetica . Luciano é um grande amigo que fiz aqui em Floripa, ( Desde os bons tempos na Data 3D), seu livro fala sobre familia, amor, vida e filosofia de forma natural e cheio de beleza. Uma dica certeira para este Natal se vc que gosta de uma boa leitura para alimentar a mente e o coração ! Parabéns a todos os envolvidos no projeto, desejo muito sucesso na empreitada durante todas as estações do ano, e da vida !!!

Diogo Medeiros Oliveira

Florianópolis-SC

Leitura fácil e aconchegante. Super indico e recomendo. Parabéns ao Luciano pela obra.

Silvia Dorosz

Florianópolis-SC

Nada como uma boa mateada e um bom livro pra acompanhar, ótima e tocante aventura.
Parabéns meu amigo Luciano Rocha

Flávio Cezar Horbach

Giruá-RS

O Autor

Luciano Rocha Pereira

Luciano Rocha Pereira

Luciano Rocha Pereira, nasceu em 1982 em Rio Verde-GO. Mora desde 2003 em Florianópolis. Formado em filosofia pela Universidad Federal de Santa Catarina e formando em Sistemas de Informação pela Estácio, escreve como hobbie desde os 17 anos.

"Escrito em homenagem a meu filho Pedro, a crônica estações nao foi desenvolvida de forma linear cronologicamente. Vários aspectos estão relacionados a dificuldades encontradas nas primeiras estações de sua vida e outras, em alguma estação tardia que deveria ter se encerrado na minha.

Das dificuldades de expressão dele por conta do TEA, até o tempo que eu pudesse me permitir ser feliz com o que eu tinha de mais valor, existem histórias e estórias que se confundem nessa crônica que espero que gostem :)"